Com o vexame frente à Argentina nas eliminatórias, Dorival Júnior perdeu qualquer chance de manutenção no cargo; CBF cogita nomes de dentro e fora do Brasil.
O 4×1 aplicado pela Argentina sobre a Seleção Brasileira em 25 de março sacramentou a perda de confiança em Dorival Júnior no comando da Canarinho.
Desempenho de Dorival supera seu antecessor, mas foi abaixo do esperado
Quando Dorival Júnior aceitou o convite do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, feito em janeiro de 2024 logo após a demissão de Fernando Diniz, o momento era de otimismo.
Em meio à busca frustrada por Carlo Ancelotti (técnico italiano do Real Madrid-ESP) após a saída de Tite, Ramon Menezes foi interino e substituído por Diniz — que se revezava entre Seleção e, à época, Fluminense — em um ano de 2023 que acumulou 5 derrotas em 9 jogos.
Após trazer Dorival, o futebol da Seleção apresenta melhoras, dando bons sinais de progresso, sobretudo em amistosos contra grandes seleções como Inglaterra e Espanha, além de se estabelecer novamente com segurança na zona de classificação.
Entretanto, as 7 vitórias, 7 empates e 2 derrotas acumuladas escondem um pouco um contexto desses resultados. O desempenho pós-primeira sequência de amistosos caiu consideravelmente, com os destaques negativos indo para a pífia participação na Copa América em 24, com direito a empates contra Costa Rica e Estados Unidos.
Nas eliminatórias, a única vitória convincente foi o 4×0 contra o Peru, com o restante dos resultados vindos de vitórias magras e empates com muito sofrimento. Nem mesmo a emocionante vitória anterior ao jogo contra Argentina (2×1 frente à Colômbia com gol de Vinícius Júnior no último lance) amenizou os danos da dura derrota sofrida para os “Hermanos”.
O amplo domínio no confronto — que levou muitos apostadores a se perguntarem como apostar em odds altas para aproveitar a goleada argentina — escancarou a desorganização tática e inoperância do time de Dorival Júnior em grandes jogos, pavimentando uma nova troca de comando na Seleção a pouco mais de 1 ano da Copa do Mundo de 2026.
Carlo Ancelotti volta à pauta enquanto nomes do mercado brasileiro correm por fora
Sonho antigo da CBF — com o qual a confederação já se frustrou em 2023 — Carlo Ancelotti será o principal alvo para comandar a Seleção Brasileira.
No passado, a confederação fez de tudo para que “Carletto” ao menos deixasse encaminhado um pré-contato para o fim de seu contrato (meio de 2025) com o Real Madrid, mas sem sucesso. Com o encerramento do seu compromisso com os espanhóis mais próximo, a expectativa é de que aumentem as chances do treinador aceitar o convite.
O “plano B” que já possui um lobby considerável dentro da CBF é Jorge Jesus, português que é o atual treinador do Al Hilal da Arábia Saudita.
Com uma temporada inesquecível frente ao Flamengo em 2019, quando conquistou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores do mesmo ano, o experiente técnico deixou uma excelente imagem no Brasil e possui admiradores do seu trabalho na alta cúpula da confederação brasileira. Fontes indicam que o português talvez fosse, dentre os cotados, o nome mais aberto a assumir o cargo logo depois do mundial do meio do ano.
Já no mercado nacional Filipe Luís é o nome de mais destaque. O ainda jovem técnico do Flamengo e ex-lateral esquerdo da Seleção vem impressionando em seu início de trabalho na Gávea: desde sua chegada em setembro de 24, conquistou a Copa do Brasil do mesmo ano, além da Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca já em 2025.
Entretanto, com contrato até dezembro de 2025, os principais empecilhos são, novamente, a disputa do Super Mundial, além da vontade do treinador em seguir no Flamengo nesse início de carreira para adquirir mais experiência. José Boto, diretor de futebol flamenguista, confirmou tanto a intenção do clube quanto de Filipe em estender o vínculo.